terça-feira, 18 de março de 2014

Museu Internacional de Arte Naïf

Oie!


Esse dia eu parti pra uma viagem de volta no tempo particular, pois já morei em Laranjeiras e estudei no Cosme Velho. Meu passeio seria rumo ao Cosme Velho, mais especificamente ao Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN, para facilitar) - uma paixão antiga, pois sou apaixonada pelos quadros feitos neste tipo de arte.


Peguei o ônibus do metrô e desci no penúltimo ponto, o ponto do trenzinho do Corcovado. Chegando lá, entrei no museu: um belo casarão do século XIX, que fica a 30 metros de distância do trenzinho. O museu, de acordo com as placas de informação na entrada, foi inaugurado em 1995 e dispõe do maior e mais complexo acervo do mundo no gênero: seis mil obras de pintores de todos os estados do Brasil e de mais de cem países, desde o século XV até os dias atuais. 


Logo na entrada, há uma homenagem ao criador do museu de um lado e a explicação sobre a arte Naïf do outro. Para quem não sabe, o gênero Naïf é uma escola de pintura também chamada de ingênua e às vezes primitiva que foi reconhecida no final do século XIX nos quadros de Rosseau. O Brasil é um dos grandes centros de arte naïf e o MIAN é uma realização da fundação Lucien Finkelstein (o criador do museu), uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é divulgar e valorizar a arte naïf.

Em seguida, entrei na exposição de sonhos que é a dos mestres naïfs brasileiros. Apaixonei-me à primeira vista por todas aquelas telas que retratam a fauna, a flora e a cultura de nosso país de uma forma tão colorida que muitas vezes me lembra desenhos infantis - por isso, a meu ver são telas de sonhos. Telas onde encontramos história, já que muitas vezes retratam momentos de nossa cidade ou lugares por onde passamos.


Existe uma outra seção chamada ‘Arte Naïf a qualquer hora e em todo lugar’, do Projeto Naïf Digital, que eu achei muito legal! O projeto é composto por três produtos: a exposição sensorial texturas Naïf com quadros em que você pode tocar, originários de vários países diferentes; o aplicativo MIAN Digital com informações sobre o museu e as exposições que é bem interessante; e o que eu mais amei, o Jogo Naïf - os dois últimos estão disponíveis em plataforma android.




O Jogo Naïf permite que você crie sua própria obra baseada na obra ‘Rio de Janeiro gosto de você, gosto dessa gente feliz’, tela de Lia Mittarakis que retrata a cidade do Rio de Janeiro numa visão panorâmica e lúdica. Eu gostei tanto que fiz dois desenhos e acabei até me esquecendo do tempo lá dentro. E ainda tive o auxilio da Ana Paula, que trabalha lá, para enviar o meu desenho para o meu e-mail e para o facebook. A minha dica é que você envie primeiro pro seu email e depois para o facebook, pois toda vez que eu enviava pro facebook, o programa já reiniciava para começar um novo desenho e eu não tinha chance de enviar mais para o meu email.



Depois de ver quadro a quadro do piso térreo e me encantar com cada um deles, subi a escada em direção ao mezanino. No caminho, ainda fiz um pedido ao meu santo de devoção, o que achei bem legal antes de entrar na exposição “Santos e Devoções” - que é bem interessante, mas na minha opinião o mais incrível é poder ver o super quadro ‘Brasil, 5 séculos’.




Em seguida, peguei a escada e fui até o subsolo, onde encontrei duas exposições. “Animais e imaginários Naïf” é linda demais, tem cada quadro de babar; já a homenagem a “Rousseau, pai da pintura moderna” fica em uma salinha com vídeo.



Ao final, ainda voltei pro jogo Naïf pra fazer um segundo desenho mais caprichado e acabei perdendo a noção do tempo - se no primeiro levei uns 40 minutos, o segundo me consumiu quase 1 hora! Mas adorei a minha obra-prima ao final, então valeu super a pena!


Além de toda essa diversão, o Museu ainda tem uma programação regular voltada para bebês com sessões para bebês de colo e para bebês caminhantes até 3 anos, cada mês com um tema diferente baseado em alguma obra apresentada. Para maiores informações, basta dar uma espiada no naïf para nenéns, ou contactá-los pelo tel: (21) 2225-1033 (de terça à sexta, de 10h às 16h). Outra opção para as crianças é a visita mediada Arte Naïf em cinco sentidos, onde as arte-educadoras do museu preparam um roteiro com dinâmicas, jogos e brincadeiras para estimular as diferentes sensações e percepções das crianças. Para isso é só agendar a visita pelo e-mail e-mail e levar os alunos lá! É fato que vou ficar de olho! Pois se programas para crianças em museu já é algo tão raro, quanto mais então para bebês...



Ah, mais um fato meio chato me aconteceu nesse passeio. Quando estava no ônibus do metrô, havia vários turistas, duas meninas de Manaus e um senhor de São Paulo com seu amigo fotógrafo de fora do país. Em alguns momentos conversamos, e entre os assuntos mencionei para onde estava indo... para minha surpresa, ele fez uma cara de reprovação, como se eu estivesse indo visitar alguma besteira, e falou que não ia levar o amigo para ver quinquilharias. São essas coisas que me entristecem, ver nós brasileiros diminuindo o que possuímos e, pior, sem ao menos conhecermos. Quando chegamos ao trenzinho e ao museu, ambos bem próximos, fiz questão de mostrá-lo onde era o museu. Espero que tenha mudado de ideia e, quem sabe, decidido dar uma chance (e uma passada!) ao museu - especialmente porque creio que isso faria seu amigo feliz ao ver outras belas imagens que a nossa cidade é capaz de proporcionar, muito além das belezas naturais.

Beijins e excelente passeio,
Tati.


Ficha Cadastral:

Data da Visita: 11/02/2014
Endereço: Rua Cosme Velho, 561 - Cosme Velho. 
Telefone: (21) 2205-8612/2205-8547/2205-8291
Como chegar: Usando o metrô e descendo na Estação Largo do Machado e pegando a integração expressa para o Cosme Velho e descendo no penúltimo ponto (não esqueça de comprar o bilhete que inclui ambos na bilheteria ou você acabará pagando mais do que o necessário...) ou qualquer ônibus que passe pela Rua Cosme Velho – existem muitas opções, para descobrir clique aqui.
Horário de Funcionamento: de terça à sexta, de 10h às 18h; e sábados e domingos, de 10h às 17h.
Visita Guiada: Disponível, para grupos com no mínimo 5 pessoas por R$ 10,00 por pessoa; ou pelo valor mínimo de R$ 50,00 para menos que 5 pessoas.
Preço da Entrada: R$ 12,00. Possui meia-entrada para estudantes com carteira, idosos, menores de 18 anos e para quem apresentar o ticket do trem do corcovado do dia; gratuidade para crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 80 e membros do Icom.
Banheiros/bebedouros: dentro do museu e bebedouro no lado de fora atrás do museu, próximo do restaurante.
Café/Restaurante/Loja de Conveniência: Possui restaurante e lojinha. Não me animei muito em experimentar o restaurante porque não tinha os salgados que eu queria; na lojinha, comprei um ímã de geladeira, mas existem vários itens legais!
Acessibilidade: não possui acessibilidade, pois a entrada da casa tem uma escada, assim como internamente, para o mezanino e o subsolo.
Áudio guia: não possui, porém as exposições estão em sua maioria em duas línguas: português e inglês. Algumas ainda têm explicação em francês também.
Guarda-volumes e Espaço para carrinho de bebê: não possui guarda-volumes, você pode entrar com tudo.
Duração recomendada para a visita: Eu fiquei lá em torno de duas horas e meia, mas porque também fiz o desenho duas vezes; se você não fizer o desenho, dá para fazer o museu em uma hora.
Estacionamento: não tem, me informaram que pode estacionar na rua ao lado, entre o museu e o trenzinho do Corcovado.
Máquina fotográfica: pode fotografar sem flash.
Ar condicionado: possui, e na medida certa, não deixando você passar frio.

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