sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Instituto Cravo Albin

Olá!


Esse meu dia começou inspirado. Parti em direção a Urca, um dos bairros que, a meu ver, tem um clima totalmente extra-Rio: é um bairro lindo, com prédios ainda baixos e antigos, dá uma sensação de Rio antigo. Quando entro lá, me sinto entrando um pouco na década de 30 e 40 do Rio de Janeiro... Sem falar na vista que você tem de lá - de um lado, a baía de Guanabara; do outro, a melhor vista do Pão de Açúcar!


Comecei meu dia pelo Instituto Cravo Albin, do qual eu já tinha ouvido falar, mas não sabia muito bem o que era, só que tinha alguma ligação com a música brasileira. O instituto fica num prédio antigo (como não poderia ser diferente!) e muito charmoso ao lado do boteco Belmonte, bem no meio da Urca.


Quando cheguei, toquei o interfone e me orientaram a pegar o elevador até o quarto andar - eu havia marcado uma visita guiada com a Eduarda, por sinal uma menina mega simpática, super recomendo! Ela me deixou super à vontade, falou para eu deixar a minha bolsa sobre a mesa e levar comigo o que quisesse, como câmera e tal.


Ela começou a visita pelo acervo de material ligado à música popular brasileira. O instituto possui livros, vídeos, LPs - achei incrível a quantidade de material! Para quem precisa fazer algum trabalho sobre esse assunto, vale muito a pena dar uma passada lá. Em seguida, ela me mostrou os troféus e quadros de artistas brasileiros nas paredes do Instituto, material doado pelos próprios artistas que os receberam muitas vezes.

Logo depois, a Eduarda me contou um pouco da história do Instituto, que é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que busca ajudar na pesquisa, reflexão e promoção das fontes que alimentam a cultura, particularmente a música brasileira. Apesar de, eventualmente, até receberem material não ligado à música brasileira, o foco e a vocação do instituto é mesmo música brasileira. O Instituto carrega o nome do seu idealizador e presidente, Ricardo Cravo Albin, que busca preservar a história da música brasileira, evitando que itens pertencentes a coleções ou bens pessoais se percam ao passar de geração para geração.

Prosseguimos pra uma outra sala onde ela me mostrou algumas relíquias: uma sandália de Carmen Miranda, um chapéu doado por Gonzaguinha, uma sanfona de Luiz Gonzaga da década de 70. Depois ela me mostrou como fazem para limpar os LPs que recebem, achei mais interessante do que parece...


Continuando com a visita, subimos para o andar seguinte e foi quando tive a sensação que estava entrando em algum lugar do passado. Dei de cara com uma sala cheia de rádios antigos, vitrolas e - o mais incrível - estúdio de uma rádio. Ela me disse que tudo ali veio da rádio Mairink Veiga e do Cassino da Urca, que por sinal é pertinho dali. Achei tudo incrível! E a Eduarda ainda tirou uma foto minha no meio do estúdio. Depois vimos outros itens na sala e em uma varanda que, aliás, tinha uma vista linda da Urca. Se quiser mais informações sobre essa época dos cassinos e da rádio, pode encontrar aqui neste site; já se o futuro do cassino da Urca te interessa mais veja aqui neste site.


Subindo mais um pouco, chegamos num outro patamar do Instituto que é um espaço aberto muito bonito. Lá tem até uma pequena piscina e uma vista pela qual fiquei apaixonada, pois as árvores acabaram encobrindo um pouco a paisagem e pude ver um coração em volta de tudo - ficou parecendo uma moldura para aquela obra prima. Será que é culpa do meu amor por esta cidade?


Em seguida, ela me levou a um outro ambiente fechado em que havia uma exposição sobre o André Midani e a indústria do disco. No caminho para este ambiente, uma escada com várias homenagens a músicos como Roberto Menescal, Marcos Valle e João Bosco, entre outros, que fizeram apresentações no instituto. Chegando à exposição, ganhei um folheto com a história sobre o Midani e a Eduarda me pediu para assinar o livro de presença na saída.


Achei a história do Midani muito interessante: ele nasceu na Síria, mas foi morar na França aos três anos de idade e, por causa da guerra da Argélia, ele pegou o primeiro navio que apareceu e veio para o Rio de Janeiro, onde começou sua carreira na música ligando para a Odeon Records; como não tinha fluência no português, acabou tendo sua ligação transferida para a sala da presidência e, inacreditavelmente, conseguiu agendar uma reunião e, numa mistura de sorte com competência, saiu de lá já empregado.


Isso me fez até lembrar um pouco daquelas histórias de filmes americanos que não acreditamos que possam acontecer na vida real. E o mais legal foi saber que ele foi mega importante no lançamento da bossa nova, como música para a juventude, algo que não existia no Brasil ainda – depois, ele ainda se dedicou ao rock nacional. Fiquei até com curiosidade de saber mais sobre ele, e assim que puder vou ler o livro dele, que já achei em um site - tenho certeza que daqui a pouco vai virar filme!


Na saída, assinei o livro de presença e ela me avisou que a exposição vai terminar em meados de fevereiro – ainda não tinha informações sobre a nova exposição...fiquei com vontade de voltar lá mês que vem pra conferir a nova exposição. Ah...eles ainda fazem alguns eventos lá de música. E se você quiser usar o espaço para o seu evento, também é possível alugar.

Beijins e bom passeio,
Tati.


Ficha Cadastral:
Local:  Instituto Cravo Albin
Data da Visita: 05/02/2014
Endereço: Avenida São Sebastião, 2 - Urca. 
Telefone: (21) 2295-2532 / 2542-0848
Como chegar: Usando o metrô e descendo na Estação Botafogo, pegar o ônibus integração que vai para a Urca ou qualquer ônibus que passe pela Avenida São Sebastião – existem muitas opções, para descobrir clique aqui.
Horário de Funcionamento: de segunda à sexta, de 9h às 16h; sábado e domingo fica fechado.
Visita Guiada: toda visita é guiada, a Eduarda atende aos visitantes.
Preço da Entrada: é gratuito, só é importante ligar antes para agendar a visita.
Banheiros/bebedouros: existe banheiro, e se você pedir água tem também - e bem geladinha.
Café/Restaurante/Loja de Conveniência: Não possui café, nem restaurante, nem loja de conveniência.
Acessibilidade: não tem, pois apesar de o prédio ter elevador, antes você precisa passar por uma escada estreita. Além disto, o instituto tem vários andares, todos ligados por escadas, já que o prédio é antigo.
Áudio guia: não possui. Porém a Eduarda fala inglês e espanhol também.
Guarda-volumes e Espaço para carrinho de bebê: possui guarda-volumes, mas você pode deixar seu material em cima da mesa para pesquisas sem problemas.
Duração recomendada para a visita: Passei em torno de 1 hora lá dentro.
Estacionamento: apenas nas ruas ao redor ou na praça General Tibúrcio (mas neste caso será necessário uma caminha de uns 20 minutos)
Máquina fotográfica: pode fotografar sem flash.
Ar condicionado: apenas na primeira parte, onde está o arquivo, mas o local é bem fresco, pois tem muito espaço aberto.

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